3/27/2007

Presente

Para Biso Menor, com todo carinho do mundo.

Como presente de aniversário queria te dar várias coisas.
Uma coisa para cada outra coisa.
Uma poesia para quando entendi seu olhar;
Um compasso maior para cada musica,
Uma fotografia para cada sorriso,
Um sorriso para cada palavra
Um doce para cada abraço,
Um abraço para cada lágrima.

3/23/2007

Fermata


Pare o tempo e me permita esquecer
das águas que já rolaram.
Desta chuva que teima em cair
em gotas pela metade.

Pare de contar o tempo
enquanto meu jardim não floresce.
Só enquanto não tiver certeza,
só por enquanto,
enquanto estiver sem ar.

Então, quando parar de chover
e quando brotar a primeira rosa,
quando tiver certeza e não me faltar ar,
volte a contar o tempo.
Prometo escutar sua canção.

3/14/2007

Sapequices

Eu escrevo porque posso,
se não escrevo me dá um troço!
Escrevo porque não posso também,
mas poesia não mata,
nem fere ninguém.

Escrevo sobre o nada,
sobre o lixo,
sobre o homem,
e o bicho.

Mas escrever não é tudo
o que me resta.
Ninguém me paga,
e de graça,
até injeção na testa!

Mas eu escrevo porque gosto
deste ar de rebelde,
destas palavras que não convém.
Mas poesia de verdade,
só pra você, meu bem.

3/12/2007

..."A minha vontade era também a de descobrir seus sentidos; a de esperar o seu tempo, de te esperar "...

3/11/2007

A vontade e o tempo

A minha vontade
era a de mudar a vontade dos outros
de mudar o pensamento dos outros
de mudar o olhar dos outros.


A minha vontade
era também a de descobrir seus sentidos
a de esperar o seu tempo
de te esperar.

Estas vontades ainda são.
não eram,
porque são teimosas
e não saem de mim
por mais que eu queira não querer.

Por mais que me doa te ver passar
ainda tão distante
e que aquelas nossas musicas
não toquem mais
as vontades são constantes.

Vontade de mudar
Vontade de entender
Vontade de ter vontade.

Porque a maior vontade de todas
É ver acontecer,
É de cantar sem dor,
É não desconfiar
É não temer.

Vontade de esquecer
Vontade de sentir
Vontade de querer

Vontade de ver uma parte de mim
Uma pequena grande parte
viver novamente.

3/09/2007

Trovoada # 7



Contra a Futilidade
Resolvi aderir a campanha contra a futilidade que a Carol levantou. Nossos pontos de vista são iguais ou parecidos em muitas áreas, então resolvi apoiar minha parceira com alguns outros pensamentos relacionados ao assunto.

É incrível como minha paciência tem sido testada com bastante freqüência, porque se tem alguma coisa que me irrita é o ato, o efeito e a conseqüência de um ser fútil. Acredito eu que a futilidade não é apenas a preocupação com o próprio exterior mas também com o exterior alheio (e esse é um nível mais elevado dos sintomas). A conseqüência disto varia entre os comentários maldosos e os elogios falsos. Lembrando que geralmente os comentários são feitos “pelas costas” e os elogios são notavelmente acompanhados com aquele olhar de inveja. Um exemplo disso seria:

-“Nossa, que blusa linda! Vou ‘roubar’ ela pra mim!”

Um ser fútil sempre pensa em como ele ficaria mais bonito do que você.

Outro sintoma da futilidade é a preocupação evidente na declaração de status. O indivíduo infectado acha bonito dizer o que tem e ainda pode tentar utilizar este método da declaração como ferramenta de conquista. O exemplo clássico seria:

-“E ai, vamos dar uma voltinha no meu Classe A?”

Mas geralmente só conquistam pessoas com o mesmo problema, já que elas facilmente se deixam encantar com nomes/marcas de grande importância ($)

Existe também aquela futilidade que geralmente apresenta seus sintomas disfarçada pela “vaidade em excesso” . Facilmente detectada quando um individuo resolve usar um salto “quilometricamente alto” no meio do mato. Acreditem em mim, já presenciei uma cena destas!

Volto a dizer que o que me incomoda é a preocupação EXCESSIVA com a aparência e consequentemente o medo do que “os outros vão pensar”.

É por isso que acredito que a preocupação com o interior deve vir em primeiro. É ela que faz a diferença. Com salto ou sem, é a beleza interior que conta.

Beleza que não tem reflexo, beleza que não passa batom, beleza que não torce o pé, beleza sem decote... Beleza simples e linda. É esta que me preocupo em ter.

Abaixo a Futilidade!



3/06/2007

Dono do infinito


Depois de muito tempo
após longo pensar
quão grande é o céu?
Quão imenso é o mar?

E me vejo refletindo
o perigo de existir
quem sabe por onde indo?
Quem sabe por onde ir?
Ecoam tais perguntas
em silêncio infinito
flutuam pelo vento
e caem no a
...................b
......................i
........................s
..........................m
.............................o

E mesmo depois de tanto pensar
não consiguindo medir
o céu
o mar

Que tarefa mais injusta
e complicada.
Não haveria por ventura
tarefa mais ajustada?

É coisa de doido
e bastante banal
por no infinito
um ponto final!

E novamente
ponho-me a pensar
-"que versos tristes
estou a rimar!"

São rimas completas,
rimas imperfeitas.
A mais incorreta escansão,
são versos de amor perdido
traduzindo a solidão.

Quão grande é o céu?
Quão imenso éo mar?
Novamente
me pego a pensar

São mil pensamentos.
Pensamentos infindos.
Quem sabe por onde ir?
Quem sabe por onde indo?

E não se vai a lugar algum
E nem ao menos paro de pensar
Quão grande é o céu?
Quão imenso é o mar?

E não encontrando resposta
para tal pensamento
me torno rosa num instante
e me desfaço com o vento.