Pedindo lincença ao "Palco dos Meus Pensamentos"
O grupo Z.A.P 18 está em cartaz até o dia 29 com a peça “Esta noite mãe coragem”, adaptação do texto do dramaturgo alemão Bertolt Brecht . A direção é de Cida Falabella , o elenco conta com a participação de Elisa Santana e a música de Maurílio Rocha. Esta noite Mãe Coragem é um convite à reflexão sobre uma cruel realidade da sociedade brasileira. É instigante, incômoda, sincera e cruel.
A historia se situa em uma periferia abalada pelos problemas que assolam a vida de seus moradores. O trafico de drogas, a simplicidade e o esforço para sobreviver são bem evidenciados e representados nesta adaptação. O desenvolver do trama se dá a partir da construção de um muro, paradigma bem colocado, já que a peça, respeitando o estilo “brecthiano” , se esforça para quebrar o que os dramaturgos chamam de “quarta parede”, ou seja, o distanciamento do público com a realidade representada, enquanto a construção do muro representa o próprio distanciamento.
A atriz Ludimilla Ramalho, que representa Catarina, diz: “se eu não posso falar, de que me serve o teatro?”. Mãe Coragem parte deste princípio. É um espetáculo que não se cala, que coloca um berro de desespero na boca do mudo, que dá voz ao público que por sua vez tende a se incomodar ao perceber que na verdade são programados para a cada dia colocar um tijolo a mais no muro que separa duas realidades tão diferentes e tão próximas..
A localidade do espaço ZAP 18, o ambiente que se é criado e o “Bar da Rose”, geram a sensação de aproximação, de familiaridade com o tema. O público se mistura com os personagens, participam de perto da historia que está sendo contada. A musicalidade do espetáculo também se faz um elemento que sugere esta aproximação . Maurílio Rocha, compositor das musicas da peça, diz que as canções originais apesar apresentarem alta qualidade artística não correspondiam com a cultura popular brasileira, fez então uma pesquisa das possibilidades de transcrições que condiziam com a linguagem poético-musical da nossa cultura.
A abordagem da peça é fantástica. O objetivo do teatro se é cumprido com excelência: não se sai da mesma maneira que entrou. Se chegamos mudos, saímos com um grito entalado na garganta. Se chegamos falantes, saímos calados, chocados, pensativos. Um ponto a menos pelo intervalo de 20 minutos, que quebra o clima, desvia os pensamentos, dispersa o espírito. No mais, a recompensa é grande: Bar da Rose, prosa agradável e o desejo, que queima o coração, de fazer teatro.
A historia se situa em uma periferia abalada pelos problemas que assolam a vida de seus moradores. O trafico de drogas, a simplicidade e o esforço para sobreviver são bem evidenciados e representados nesta adaptação. O desenvolver do trama se dá a partir da construção de um muro, paradigma bem colocado, já que a peça, respeitando o estilo “brecthiano” , se esforça para quebrar o que os dramaturgos chamam de “quarta parede”, ou seja, o distanciamento do público com a realidade representada, enquanto a construção do muro representa o próprio distanciamento.
A atriz Ludimilla Ramalho, que representa Catarina, diz: “se eu não posso falar, de que me serve o teatro?”. Mãe Coragem parte deste princípio. É um espetáculo que não se cala, que coloca um berro de desespero na boca do mudo, que dá voz ao público que por sua vez tende a se incomodar ao perceber que na verdade são programados para a cada dia colocar um tijolo a mais no muro que separa duas realidades tão diferentes e tão próximas..
A localidade do espaço ZAP 18, o ambiente que se é criado e o “Bar da Rose”, geram a sensação de aproximação, de familiaridade com o tema. O público se mistura com os personagens, participam de perto da historia que está sendo contada. A musicalidade do espetáculo também se faz um elemento que sugere esta aproximação . Maurílio Rocha, compositor das musicas da peça, diz que as canções originais apesar apresentarem alta qualidade artística não correspondiam com a cultura popular brasileira, fez então uma pesquisa das possibilidades de transcrições que condiziam com a linguagem poético-musical da nossa cultura.
A abordagem da peça é fantástica. O objetivo do teatro se é cumprido com excelência: não se sai da mesma maneira que entrou. Se chegamos mudos, saímos com um grito entalado na garganta. Se chegamos falantes, saímos calados, chocados, pensativos. Um ponto a menos pelo intervalo de 20 minutos, que quebra o clima, desvia os pensamentos, dispersa o espírito. No mais, a recompensa é grande: Bar da Rose, prosa agradável e o desejo, que queima o coração, de fazer teatro.
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Desde pequena eu sempre escutei:"cala a boca,menina! Cala a boca, cala essa boca" e aí quando a gente é criança, a gente cala a boca rapidinho, né? Com medo de umas boas palmadas de chinelo Havaianas. Mas a gente vai crescendo e percebendo que quando a pessoa fala "cala a boca!" é por que ela não quer escutar, né? Ela não quer escutar o que a gente tem pra falar, por que ela sabe que, no fundo, no fundo, a gente pode estar com a razão... é igual a: "por quê? Porque não, "Por que não? Porque não..." Ninguem me manda mais calar a boca... aqui não. Por quê? Porque se eu não posso falar, de que me serve o teatro?
Ludimilla Ramalho
2 comentários:
O palco dos meus... O palco dos seus. Fique a vontade. Aliás, nao sou dono das resenhas... seria responsabilidade grande demais pra mim.
belezura de texto!
Nota 10!
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