12/29/2007

O entardecer


"As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa. Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas. No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los"

A menina que roubava livros

12/19/2007

Tem, mas acabou.


Foi assim: acordei com duas grandes vontades. A primeira devo ter aprendido com as formiguinhas alí do post anterior: Comer doce, daqueles bem doces. A segunda veio de uma inspiração rara: fazer uma torta doce, é claro.
Fui ao mercado. Sim, leitor, falo “mercado” porque como não temos muitas opções por aqui, o mercado não chega a ser um “super”, embora tenha melhorado.

Parêntesis: Era uma vez um mercado com plaquinhas bilíngües. E na maior simpatia elas davam as boas vindas para o ser estrangeiro que chegava por ali. “Seja bem vindo/ It always welcome”, as plaquinhas diziam, e os estrangeiros passavam e davam uma risadinha.
Por ingenuidade as plaquinhas se achavam super simpáticas, e eram, coitadinhas. Mas talvez não fossem “tão” bilingues assim.
Eis que na prateleira de doces elas sorriam ao dizer “Balas/bullets”, mas os gringos saiam meios desconfiados dessa parte, e elas apagavam aquele sorriso de outrora, desencantadas com a possibilidade de adoçar a vida de quem passasse por ali.
E continuou assim por muito tempo, porque as plaquinhas, apesar de muito simpáticas, quase não eram percebidas. Pelo visto, nem compreendidas.

Também pudera.

Esses tradutores eletrônicos ou virtuais devem ter comprometido a vida dessas plaquinhas. Por conta deles (dos tradutores), a gaguice das pobres coitadas começava logo na entrada do mercado. Alí mesmo, onde elas, na maior simpatia desejavam as boas vindas. Não se diz “It always welcome”, essa tradução ficou além de errada, muito esquisitinha. As placas deveriam dizer “Welcome”. E quanto a prateleira de doces, essa é engraçada. Bullets é bala, tá certo. Mas é bala de revólver, munição e isso certamente não se vende em mercados, e nem em supermercados. A tradução correta seria Candies.
De uma forma ou de outra, depois que ficaram sem jeito, as plaquinhas sairam de lá. Agora são outras, certinhas, engomadinhas, esnobes por demais. E o mercado perdeu a graça.

Fim do parêntesis.


Então , como ia dizendo, fui ao mercado comprar os ingredientes: leite moça e nescau para fazer um brigadeiro básico. Biscoito waffer e sorvete de flocos. (Eu falei que eu queria doce daqueles bem doces, de doer o dente).

Foi então que, contrariada e vendo minha torta derreter antes mesmo de ser feita, descobri que não tinha sorvete no mercado. Tudo bem, no “seu Oliveira” costuma ter, pensei aliviada. Fui até lá.

- Tem sorvete de flocos, moça?
- Tem, mas acabou. Só chega na 5a feira.
- Mas só na 5a moça?
- É, o barco só chega na 5a feira. Pode vir aqui de tardezinha, que vai ter.


A CIDADE ESTÁ SEM SORVETE!!!!!!

Tudo bem que fiquei chupando dedo, mas um pensamento otimista me alegrou: minha torta vai ter sorvete importado.


Trombetas é mesmo um lugar engraçadinho.

12/15/2007

Terra de formigas


As formigas atacaram os meus florais. Aqui não pode dar mole não, tem formiga pra todo lado!!!Formiga de fogo, formiga preta, formiga grande, formiga pequena...
E elas carregam até aproximadamente 10 vezes seu próprio peso.

Danadas!

Nunca subestime uma mulherzinha

Como comentei no post anterior, quero falar da ótima surpresa que tive no aeroporto de BH. Como de costume, fui à livraria em busca desses livros que costumo chamar de “livros de aeroporto”, esses livros que a gente gosta de ler só durante as longas viagens, pra passar o tempo. Foi então que me deparei com o livro “Nunca subestime uma mulherzinha”, de Fernanda Takai.
Da Fernanda conhecia as musicas e a seu trabalho como colunista semanal do Estado de Minas. Resolvi me aventurar em seus contos e crônicas.
Me surpreendi.
Ela tem um jeitinho simples que me deixou encantada. As coisas simples, na perspectiva da cronista, são mágicas. Li, e reli alguns contos mais de 3 vezes.
Foi uma leitura que me tirou risos escondidos no canto da boca, e algumas vezes, tive até que me controlar pra não rir alto demais e causar estranhamento na pessoa do meu lado.
Outras vezes fique com vontade de chorar. Tudo que é bonito tem lá sua pontinha de tristeza, como diria Ruben Alves.

Descobri também (claro que uma descoberta superficial), que eu e Fernanda temos mais coisas em comum, além do “estilinho”, como dizem por aí. E essas semelhanças vão da miopia até nossas “irritancias”.

É uma leitura tranqüila, descontraída e muito gostosa.

Recomendo.

Ps: Nunca subestime um livrinho de aeroporto.

12/13/2007

"Lar, agridoce lar"

A primeira viagem de hoje foi com destino ao aeroporto. O despertador tocava as 4 da madrugada, avisando que faltavam apenas meia hora para o taxi chegar. E outros 40 minutos para chegar lá.
O taxista era até muito simpático, mas bom humor a essa hora do “dia” é uma coisa que me irrita. Dei aquele sorrisinho falso, com a cara emburrada natural de todos os dias de manhã. “Bom dia, amigo, vamos pra confins.” Quarenta minutos estavamos lá, eu, minha mãe e as bagagens. Quantas bagagens... deu até preguiça.
Belo Horizonte-Brazilia-Belém-Altamira-Santarém-Trombetas. Finalmente, depois mais de 12 horas de viagem cheguei ao destino final. Porto Trombetas, “lar, ‘agridoce’ lar”.
Trombetas me deu boas vindas de forma inusitada, que não pude deixar de registrar.
Vou contar como é chegar aqui.

Tem que encarar um aviãozinho com barulho estranho, apertadinho, que desce e sobe um tanto de vezes, e quando sacode... enfim. Depois, a paisagem além de céu, é a floresta amazônica parecendo um tanto de brócolis e uns rios que fazem curvas em formas de veia. É até muito bonito, sabe? E o serviço de bordo funciona bem melhor do que muito restaurante por aí...

Aí pára em Altamira. Sobe. Desce em Santarém. Sobe. E desce em Trombetas.

O avião desce, e agente desce também. Aí vai respirar e sente o ar meio pesado, e o cabelo dobra o volume. Ah, esqueci de dizer que agente entra e sai pela porta trazeira do avião. Porque teoricamente, as malas saem pelas portas da frente.

Falei “teoricamente” porque o que aconteceu hoje foi que a porta do bagageiro não abriu. E a gente ficou lá esperando uma solução.

Abra-te cézamo! E nada...


Bom, aí resolveram que entrariam no avião e tirariam mala por mala, saindo pela portinha dos passageiros:

Olha o pesado!




E não é que flagrei minha própria mala!!!!


Que flagra!



Aí, depois de terem retirado tudo, o tratorzinho veio trazendo as bagagens até nós.



Antes tarde do que nunca.

E foi assim que cheguei aqui, embalada por boas leituras (que devo comentar num proximo post), com a maquina fotográfica do meu lado, e com uma pontinha de saudade.

12/08/2007

Então, é Natal?


O Natal chegou com suas luzes, iluminando as gotinhas de chuva.