12/29/2007

O entardecer


"As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa. Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas. No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los"

A menina que roubava livros

12/19/2007

Tem, mas acabou.


Foi assim: acordei com duas grandes vontades. A primeira devo ter aprendido com as formiguinhas alí do post anterior: Comer doce, daqueles bem doces. A segunda veio de uma inspiração rara: fazer uma torta doce, é claro.
Fui ao mercado. Sim, leitor, falo “mercado” porque como não temos muitas opções por aqui, o mercado não chega a ser um “super”, embora tenha melhorado.

Parêntesis: Era uma vez um mercado com plaquinhas bilíngües. E na maior simpatia elas davam as boas vindas para o ser estrangeiro que chegava por ali. “Seja bem vindo/ It always welcome”, as plaquinhas diziam, e os estrangeiros passavam e davam uma risadinha.
Por ingenuidade as plaquinhas se achavam super simpáticas, e eram, coitadinhas. Mas talvez não fossem “tão” bilingues assim.
Eis que na prateleira de doces elas sorriam ao dizer “Balas/bullets”, mas os gringos saiam meios desconfiados dessa parte, e elas apagavam aquele sorriso de outrora, desencantadas com a possibilidade de adoçar a vida de quem passasse por ali.
E continuou assim por muito tempo, porque as plaquinhas, apesar de muito simpáticas, quase não eram percebidas. Pelo visto, nem compreendidas.

Também pudera.

Esses tradutores eletrônicos ou virtuais devem ter comprometido a vida dessas plaquinhas. Por conta deles (dos tradutores), a gaguice das pobres coitadas começava logo na entrada do mercado. Alí mesmo, onde elas, na maior simpatia desejavam as boas vindas. Não se diz “It always welcome”, essa tradução ficou além de errada, muito esquisitinha. As placas deveriam dizer “Welcome”. E quanto a prateleira de doces, essa é engraçada. Bullets é bala, tá certo. Mas é bala de revólver, munição e isso certamente não se vende em mercados, e nem em supermercados. A tradução correta seria Candies.
De uma forma ou de outra, depois que ficaram sem jeito, as plaquinhas sairam de lá. Agora são outras, certinhas, engomadinhas, esnobes por demais. E o mercado perdeu a graça.

Fim do parêntesis.


Então , como ia dizendo, fui ao mercado comprar os ingredientes: leite moça e nescau para fazer um brigadeiro básico. Biscoito waffer e sorvete de flocos. (Eu falei que eu queria doce daqueles bem doces, de doer o dente).

Foi então que, contrariada e vendo minha torta derreter antes mesmo de ser feita, descobri que não tinha sorvete no mercado. Tudo bem, no “seu Oliveira” costuma ter, pensei aliviada. Fui até lá.

- Tem sorvete de flocos, moça?
- Tem, mas acabou. Só chega na 5a feira.
- Mas só na 5a moça?
- É, o barco só chega na 5a feira. Pode vir aqui de tardezinha, que vai ter.


A CIDADE ESTÁ SEM SORVETE!!!!!!

Tudo bem que fiquei chupando dedo, mas um pensamento otimista me alegrou: minha torta vai ter sorvete importado.


Trombetas é mesmo um lugar engraçadinho.

12/15/2007

Terra de formigas


As formigas atacaram os meus florais. Aqui não pode dar mole não, tem formiga pra todo lado!!!Formiga de fogo, formiga preta, formiga grande, formiga pequena...
E elas carregam até aproximadamente 10 vezes seu próprio peso.

Danadas!

Nunca subestime uma mulherzinha

Como comentei no post anterior, quero falar da ótima surpresa que tive no aeroporto de BH. Como de costume, fui à livraria em busca desses livros que costumo chamar de “livros de aeroporto”, esses livros que a gente gosta de ler só durante as longas viagens, pra passar o tempo. Foi então que me deparei com o livro “Nunca subestime uma mulherzinha”, de Fernanda Takai.
Da Fernanda conhecia as musicas e a seu trabalho como colunista semanal do Estado de Minas. Resolvi me aventurar em seus contos e crônicas.
Me surpreendi.
Ela tem um jeitinho simples que me deixou encantada. As coisas simples, na perspectiva da cronista, são mágicas. Li, e reli alguns contos mais de 3 vezes.
Foi uma leitura que me tirou risos escondidos no canto da boca, e algumas vezes, tive até que me controlar pra não rir alto demais e causar estranhamento na pessoa do meu lado.
Outras vezes fique com vontade de chorar. Tudo que é bonito tem lá sua pontinha de tristeza, como diria Ruben Alves.

Descobri também (claro que uma descoberta superficial), que eu e Fernanda temos mais coisas em comum, além do “estilinho”, como dizem por aí. E essas semelhanças vão da miopia até nossas “irritancias”.

É uma leitura tranqüila, descontraída e muito gostosa.

Recomendo.

Ps: Nunca subestime um livrinho de aeroporto.

12/13/2007

"Lar, agridoce lar"

A primeira viagem de hoje foi com destino ao aeroporto. O despertador tocava as 4 da madrugada, avisando que faltavam apenas meia hora para o taxi chegar. E outros 40 minutos para chegar lá.
O taxista era até muito simpático, mas bom humor a essa hora do “dia” é uma coisa que me irrita. Dei aquele sorrisinho falso, com a cara emburrada natural de todos os dias de manhã. “Bom dia, amigo, vamos pra confins.” Quarenta minutos estavamos lá, eu, minha mãe e as bagagens. Quantas bagagens... deu até preguiça.
Belo Horizonte-Brazilia-Belém-Altamira-Santarém-Trombetas. Finalmente, depois mais de 12 horas de viagem cheguei ao destino final. Porto Trombetas, “lar, ‘agridoce’ lar”.
Trombetas me deu boas vindas de forma inusitada, que não pude deixar de registrar.
Vou contar como é chegar aqui.

Tem que encarar um aviãozinho com barulho estranho, apertadinho, que desce e sobe um tanto de vezes, e quando sacode... enfim. Depois, a paisagem além de céu, é a floresta amazônica parecendo um tanto de brócolis e uns rios que fazem curvas em formas de veia. É até muito bonito, sabe? E o serviço de bordo funciona bem melhor do que muito restaurante por aí...

Aí pára em Altamira. Sobe. Desce em Santarém. Sobe. E desce em Trombetas.

O avião desce, e agente desce também. Aí vai respirar e sente o ar meio pesado, e o cabelo dobra o volume. Ah, esqueci de dizer que agente entra e sai pela porta trazeira do avião. Porque teoricamente, as malas saem pelas portas da frente.

Falei “teoricamente” porque o que aconteceu hoje foi que a porta do bagageiro não abriu. E a gente ficou lá esperando uma solução.

Abra-te cézamo! E nada...


Bom, aí resolveram que entrariam no avião e tirariam mala por mala, saindo pela portinha dos passageiros:

Olha o pesado!




E não é que flagrei minha própria mala!!!!


Que flagra!



Aí, depois de terem retirado tudo, o tratorzinho veio trazendo as bagagens até nós.



Antes tarde do que nunca.

E foi assim que cheguei aqui, embalada por boas leituras (que devo comentar num proximo post), com a maquina fotográfica do meu lado, e com uma pontinha de saudade.

12/08/2007

Então, é Natal?


O Natal chegou com suas luzes, iluminando as gotinhas de chuva.

11/07/2007

Regando sementes

Eis que de cada lágrima
fez-se o verso.
Verso do meu inverso.
Verso de cada canção.
Eis que da lágrima
brotou a semente
que tão somente
tão só
e penosamente
vingou a solidão.

E de lágrima pela metade
cada gota
cada chão,
a semente que é regada
jaz em meu coração.

Eis que da semente
brota uma pétala
e da pétala sai a flor.

É da flor que sai a lágrima,
uma pétala pra cada dor.

Vem o vento.
Arranca a flor.

Só eu sei
a semente que plantei.

10/20/2007

Pra você que sabe de tudo isso e ainda mais

Você sabe que aqui dentro é tudo igual
Que não tem mais
Não tem menos
Que é impossível dividir.

Você sabe que a escolha não existe
Que resposta certa não tem
Que o erro não é permitido
E que escolher não é opção.

Sabe também que não sou mais você
Não sou mais o outro
E que nesse meio
Não sou mais eu.

O “eu” que era triste,
Sozinho,
E sem solução.

Você sabe que eu adoro,
Simplesmente adoro,
Todas nossas besteiras,
No meio da rua.

Todas as línguas que inventamos,
Todas as histórias compartilhadas,
Nossas criancices,
Todas as luzes que me ensinou a prender.

Você sabe que aqui dentro é tudo igual.
E eu sei que aí dentro também é.

10/19/2007

Dora despenteada

Dora acordou cedinho
e se olhou no espelho do banheiro:
-Que lindo dia para me sentir feia...
Pensou e falou alto,
querendo quebrar a feiúra.

Depois trocou de roupa.
Escovou os dentes
mas não quis se pentear.
Quando Dora reclama do espelho
não penteia o cabelo.

Despenteada, Dora saiu de casa
com a feiúra presa num rabo de cavalo,
com o espelho caindo pelo ralo,
com o coração batendo raso.

Dora do cabelo duro,
qual é o pente que te penteia?

Como quem esquece alguma coisa em casa,
Dora volta.
Encara a feiúra quebrada,
fica com raiva,
Aponta o dedo pro espelho.
(Pra ela mesma)
E fala:
O pente que me penteia é o mesmo que me descabela
sou Dora, sou Isabela
Feia e Bela.
No meu rabo de cavalo não toque!
Sou Dora,
não me provoque!

9/26/2007

1o aniversário

Hoje o Rimas completa 1 ano de vida!
Quero agradecer principalmente aos Bisos e ao Bruno pela amizade, atenção e fidelidade com a audiência deste blog. Sem o retorno de vocês, amigos, minhas tempestades seriam apenas em copos d'agua.
Agradeço ao leitor que caí de paraquedas por aqui. Sem você, amigo leitor, meus trovões seriam menos barulhentos.
E depois, agradeço a existência de cada coisa simples, de cada coisa que emana poesia. Sem elas minhas rimas não teriam sentido.

É isso ai! Viva o R&T!

9/15/2007

Trovoada #10 e Irritando a Pipa #3

Fui assar uma pizza hoje e só tinham 2 azeitonas.
Racionamento de azeitonas? Ahhhh não!
"Raios e trovões", como diria o Doutor Victor!
Esse post também vale para "Irritando a Pipa". Fiquei bem irritada com a falta de azeitona na minha pizza de calabresa!

9/13/2007

Sobre Best Sellers


Outro dia, estava sentadinha no meu canto lendo “A cidade do Sol”, de Khaled Hosseini (aquele mesmo que escreveu O caçador de pipas), quando um menino interrompeu minha leitura concentrada: “O que você está lendo?”.- Esta atitude, a de interromper minha concentração, é um dos itens da minha coleção de coisas irritantes.- para ser educada, esbocei um sorriso e mostrei o livro pra ele.
Assim, de supetão e torcendo o nariz o menino fala “Detesto best sellers...”. Foi assim que minha indignação começou.

Devo dizer-lhes que não tenho nada contra a vanguarda literária e seus respeitosos intelectuais, muito pelo contrário, gosto desse tipo de leitura também. Mas acho que ignorar as coisas novas, ignorar finais felizes é empobrecer o espírito.

Como protesto ao desdém do menino, recomendo a todos que leiam “O caçador de pipas”e depois “A cidade do sol”. Digo ainda que também se encantarão com as sapequices de Marley, o labrador do best seller “Marley e eu”, de John Grogan. “O livreiro de Cabul” também é uma boa leitura, recomendo ainda que leiam o livro resposta “Eu sou o livreiro de Cabul”. E todos os livros de John Grishan.

Passear na área dos Best Sellers sempre é uma boa opção para encher os olhos de coisa boa. Aproveitem!

Virtualmente

A cada luz que piscava
meu coração batia acelerado
como quem espera alguma coisa acontecer,
ou um grande amor chegar.
Foram várias tentativas de linkar meu pensamento
até o seu,
de atualizar nossas páginas de memória ainda fresca,
de digitar um endereço qualquer,
de envocar o santo Google
e te encontrar.
Virtualmente.
Virtualmente
vir
......tudo
............all
...............mente.
A minha saudade não é virtual.

9/10/2007

Vôo Pássaro


Nem só de chão vive o homem
por isso apredi a voar
sonhando com o futuro agora, no presente
vivendo sem me preocupar
Me agarro às promessas de certeza
tentando de alguma forma me encontrar
depois de tantos sonhos naufragados
de tantas ondas, tanto sal,
tanto mar.
Sonho de brisa,
sonho de vento,
sonho que se foram
por um momento.
E quando a gente pensa
vale apena sonhar?
Vôo pra bem longe
arriscando um vôo pássaro.
Me alimento de novos horizontes,
de novas alturas
nem o céu é meu limite.
Sou o sonho em pessoa,
sonho poesia, música, arte.
Sonho vida! Mais sonhos...
mais vôos pássaros.
E mesmo no vale da morte
sonharei.
Mesmo quando não entender mais nada
quando minh'alma estiver quebrada.
Sonharei por amor
e de amor sonharei
porque nem só de chão
vive o homem.


8/31/2007

Pipa Lee

Hoje eu acordei assim, meio Rita Lee. Uma ovelha-negra-cor-de-rosa-choque. Irreverente, apertei o botão do “dane-se” (pra não ter que dizer de outra forma) e quis cantar Rock n’ Rool, até tatuagens e cabelo vermelho eu quis ter.
Aí descobri que a cada dia eu sei menos sobre mim, e se eu disser que sei, estarei mentindo. Achei essa descoberta fantástica. Me senti Luz del Fuego, arrebentando os Pagus na boca do povo.
E quer saber? Dane-se, “como Luz del Fuego não tinha medo, ela também foi pro céu!”

Depois fiquei com preguiça de pensar essas coisas e desejei estar “no escurinho do cinema, chupando um drops de anís. Longe de qualquer problema, perto de um final feliz.” Daquele jeito, levando uma vida sossegada...

A Zélia que me desculpe, mas acho que não tem melhor mutante do que eu (e a Rita, claro).

8/30/2007

Os brincos de Helena

Helena fazia o tempo parar.
Era como imagem que permanecia
Imóvel,
Intacta.

Era livre,
bela,
plena.
Sempre doce
a pequena Helena.

Helena não forçava.
Era o que era.
Sempre mais Helena.
Sempre muito bela.

Seu olhar como um brinde entregava
sempre que o sorriso
no rosto estampava.
E este era um brinde também,
Coisas que só Helena
sabe que tem.

Canção de liberdade
Helena cantava,
Às vezes chorava.
Liberdade!
Helena gritava.

Helena sabia ser livre,
por tanto querer voar.
Tinha o coração tristinho,
doente de tanto amar.

Era frágil, forte
bela e plena.
Sempre doce
a pequena Helena.

As vezes Helena sabia de tudo.
Outras vezes sabia do nada
sem saber que tudo e nada
quase sempre
é a mesma coisa.

Menina Helena passava levemente
no horizonte sem fim.
Com tatuagens e Brincos
a doce Helena,
sempre pequena,
sorria pra mim.

Como Helena falou:
"Esse é um bom motivo pra voltar a chover no Rimas e Trovões"
Pra você, Helena,
com abraço apertado e beijo estalado na testa.



8/20/2007

Previsão do tempo


Tampei a goteira e o tempo abriu.
Sem chuva e sem trovões por enquanto.
Não se sabe quando voltará a chover nesta região.
Abraço apertado e até a proxima gota de chuva.


8/11/2007

Quando se...

Quando a noite se calar
e com ela todas as estrelas;
quando a lua não tiver mais graça
e as nuvens não forem mais de algodão.

Quando no silêncio da noite meu corpo tremer
e o frio não me agasalhar;
E se o sol não bater em minha janela,
se nenhum pássaro me der bom dia;

Se o telefone não tocar,
se a notícia não chegar,
se a água não ferver,
se o bolo não crescer,
se o sorvete não for de chocolate.

Quando meu grito estiver sem folego
e meu folego estiver sem ar,
quando o tempo não passar.

Quando começar a chover,
se não me satisfazer,
se começar a chorar.

Quando não tiver motivo,
quando motivo tiver;
se quiser ir embora
e querer um abraço.

Quando for tarde demais
ou cedo demais;
se estiver com medo,
se estiver com fome
e se não quiser nada.

Quando estiver difícil
e se estiver fácil,
quando simplesmete não estiver.

Qunado a noite voltar a falar
e com ela todas as estrelas,
ainda sim
te amarei.

7/18/2007

S de sentir falta

Hoje senti falta de algumas coisas:
de falar "Ooww-Kay, then..." e ser entendida.
Dos Bisos no MSN.
Do Bruno falando "Atacou, atacou seu idiota..."
De trancar a porta.
De apertar o 9 no elevador,
e de apertar o H também.

Senti falta do sanduiche barato e da coca de 2 litros do kimala,
e dos Burros no Kimala.
Falta da Carol com pentax no pescoço.
Falta da Helen com Muramatso na mão.
Falta da Angel gritando "céeeelula!"

Senti falta de cinema,
do Alysson violista,
do Bruno Moraleida.

Falta do Mcflurry de maçã verde....

Falta do meu lugar ao lado da Vaninha
e de cantar contralto.
Falta do banquinho da cozinha,
aquele perto da porta,
que eu sento lá
e o tempo passa quase voando.

7/16/2007

Bus stop

Quem espera sempre,
alcança.
Quem espera,
sempre cansa.

7/11/2007

Sobre escrepes, marmitex e geladeira



Hoje me ocorreu um pensamento, que me permitam opinar, foi muito bom e criativo. Cheguei à conclusão (pessoal e não generalizada) de que ORKUT é uma grande geladeira virtual. Abrimos, muitas vezes, só para ver se “brotou” alguma coisa boa, mesmo sabendo que não terá nada.
Sempre que abrimos o ORKUT esperamos ter “brotado” um nono escrepe. Quantas vezes apertamos o botão de atualizar página? Ele, nesta metáfora, representa o ato de abrir a geladeira.
Aí, quando nosso geladeira não nos satisfaz, abrimos as dos outros, fuçamos as marmitas até que por fim, nos damos por satisfeitos, fechamos a porta e alguns sites depois voltamos a abrir com aquela esperança boba: “Será que tem escrepe pra mim?”
Não sou muito de faxina, de limpar a geladeira e tal. É por isso que a minha beira as mil quinhentas e tantas marmitas. Tem gente mais preocupado, mais reservado que está sempre de geladeira limpa, pra não correr o risco de ser aberta por terceiros interessados em marmitex alheios. As de outros passam dos 5 mil.
E isso que estou falado é tão verdade, essa comparação com geladeira, que há pouco tempo teve uma onda de escrepes com fórmula secreta para emagrecer. Tem melhor lugar pra isso do que dentro da geladeira? A gente abre, procurando um leite condensado e PIMBA!, está lá a formula mágica de emagrecimento.

PERCA 50 QUILOS EM UMA HORA!

Que coisa mais irritante esses escrepezinhos de uma figa! É como se eu fosse gorda e eles soubessem que abro a geladeira constantemente! O leitor já sabe, tenho corpo de magra e alma de gorda! Mas escrepe para emagrecer é uma dieta cruel...

No ORKUT tem até aqueles cubinhos de gelo, que ficam na parte superior do perfil, como se fosse um freezer mesmo. E por falar em freezer, as pessoas que nos pedem autorização também ficam lá, congelando até que resolvemos utiliza-las.
Quando se abre a porta, ainda notamos que os nossos contatos se organizam naqueles lugarzinhos de colocar ovo, na porta da geladeira mesmo, e logo abaixo, as comunidades se organizam como condimentos e pequenos recipientes.

E tem mais:

Por não ser assim, uma Brastemp, está sempre em manutenção!


Kkkkkk, essa foi boa!

7/07/2007

Trovoada #8...

... ou melhor:

Pontos negativos:
  • Internet discada: uma lerdeeeeeza, e a conexão cai toda hora
  • O tempo não passa: Meu relógio biológico está ajustado de acordo com o horário de Brazilia. Aqui é uma hora mais cedo (2, no horario de verão! Nesse caso, o Jornal Nacional passa por volta das 6 e meia, e seção da tarde passa meio dia..). Logo, chega uma parte do dia que todos se recolhem e eu fico igual uma coruja.
  • Humidade do ar: meu cabelo fica parecendo uma esponja e nunca está seco por completo.
  • 2as feiras: Nada funciona, nenhum clube, nenhum restaurante. N-A-D-A! (tirando supermercado, farmacia, essas coisas...). Resultado: como não tem nada pra fazer, o tempo nas seundas feiras não passa meeeeeeeesmo!
  • Calor: Na verdade esse item é só pra constar, porque não se vem ao norte esperando que faça frio, né?
  • Block Buster: nem pensar.... Não tem isso por aqui! Hoje fui à locadora e aluguei os 4 melhores filmes de todo seu arcenal. Falta de opção é OSSO! aff (ok, ok I'm a little over reacting here...).

7/05/2007

Ilustre visitante



"A floresta passeia pelo jardim..."

Essa é a Dona Cotia Cotinha, que vem toda tarde comer frutinhas no meu jardim.

Notívaga

Amanhece o dia
com passarinhos na janela.
Meus olhos não se abrem
mas pensam: que bela sinfonia.

Espero a tarde chegar,
e com ela a visita da lua
que brilha, mesmo cedo.

Vem a chuva.
Cheiro de terra molhada.
Natureza fresca.
Aqui sol e lua se encontram
nadando nas gotas de chuva.

A floresta passeia pelo jardim.
As formigas fazem festa
com o sangue doce do meu pé
(unha encravada ? que nada...)

Folhas caem das arvores
que respiram a pureza
desses ares!

A tarde se desfaz preguiçosa
com o sol se ponto em tons de rosa.
Rosa bege,
Rosa anil,
Rosa encarnado...

A noite anoitece não mais que derrepente
Com estrela dalva e estrela cadente.
E morcegos barulhentos com seus voos razantes.

O dia é lindo,
Mas é da noite que eu gosto mais.

7/01/2007

Pela madrugada a fora...

...eu vou bem sozinha, dar uma volta na minha bikezinha.
Faz bem para os pensamentos e para as pernas.
Bom de estar aqui é isso. Poder andar tranquila na rua esperando a onça passar...

Bem vindos ao norte!


Amigos, leitores, amigos leitores


antes de começar a escrever, peço-lhes desculpa pelo atraso. Estou de férias, longe e perto de casa ao mesmo tempo.


A vinda para o norte do país foi tranquila, nada de atrasos e contratempos. Eu diria que apenas um pouco desconfortável, já que não consegui sentar na janela. Mas foram EXATAMENTE 12 horas de viajem, contando com o ritual de chá de aeroporto em Belém. Em Brasília não deu nem para respirar, desci de um avião e fui logo para o outro.


Aí, de Belém até Trombetas foi mais outra jornada. 2 escalas: altamira e santarém. E um calor inacreditável DENTRO DO AVIÃO!


Cheguei as 20h e 3o minutos, horario local. Lembrando que fora do horario de verão, aqui é uma hora mais cedo que Brasília.


Então, já que estou aqui, aguardem nos proximos posts fotos e fatos sobre algum lugar do norte do país!

6/22/2007

365

O mundo deu 365 voltas
e você ainda não voltou.
365 dias e noites
e você nem se quer notou
que o mundo girou
365 vezes
em uma hora.

6/19/2007

Antes tarde...


... do que nunca!


Paisagem nova no Janela!

6/06/2007

Idéiota


Estou me afogando em idéias e desejos. Só enquanto o tempo não passa.

6/01/2007

Irritando a Pipa #2

Tem coisas que me irritam, algumas o leitor já tomou conhecimento em um post que fiz há algum tempo. Mas outra coisa que me irrita é esse tal de atendimento eletrônico.
Outro dia cheguei da aula e vi que estava sem sinal de internet aqui em casa. Aí, depois de ter esperado algum tempo (já que isso pode ser “reforma no sistema ou manutenção de bairro”) resolvi ligar pro servidor.

A maquina: Bem vindo ao atendimento. Digite o seu código de cliente composto por 12 números.

Digito os 12 números.

A máquina: Para segunda-via de conta, tecle 2. Para informações de preço tecle 3. Para televisão à cabo tecle 4. Para internet banda larga, tecle 5.

Eu pensando com meus botões: Mas que droga, como que eu faço para falar com um dos atendentes?! Bom, vou apertar o 5.

A máquina:Obrigada por nos escolher. O tempo de espera para o atendimento é de aproximadamente 5 minutos.

Eu: Tudo bem... vou esperar os 5 minutos, não tenho nada pra fazer mesmo...

10 minutos depois:

-Boa tarde, senhora, em que posso ajudar?
-Olha, estou sem sinal de internet aqui em casa.
-A senhora por gentileza digite o código cliente composto por 12 números?
Eu pensando: “Em primeiro lugar, ‘senhora” é a mãe! E em segundo, eu já digitei as porcarias desses números, foi a 1ª coisa que eu fiz!!!”

Aí eu digitei os 12 números, mais uma vez...

-Senhora, qual é a marca do seu modem? Qual é o sistema operacional que a senhora está usando? Por gentileza, a senhora poderia estar verificando se o sinal da sua televisão está ok?
-Pois não...
Aí eu levanto e vou checar a televisão. Tudo certo por la.

-Então Senhora, eu vou estar pedindo para que você desconecte o modem da energia. Depois você desconecte o cabo da parede e do computador. Depois reinicie o computador, reconecte tudo, ok?

-Pois não.

Aí eu faço tudo o que ela me pediu.
-Senhora, você pode estar verificando se o sinal já retornou?
-Só um segundo... Olha, não voltou não...

-Senhora, eu vou estar te passando para o setor especializado. Aguarde só um instante.

Mais outra espera de 10 minutos.

-Boa tarde, como posso estar te ajudando, senhora?
-Olha, estou sem o sinal de internet.

Aí todo o processo se repete. Desconecta modem, reconecta modem, checa sinal de televisão, reinicia o computador e nada.
Vinte minutos e uma dor de cabeça depois, a solução:

-Senhora, aperte o botão on/off do seu modem, por gentileza.

5/29/2007

Chiclétinho quando nasce esparrama pelo chão...


... e gruda no sapato.


Sabem oque eu fiz hoje?

Chupei (ou masquei?) um Bubaloo tutti frutti...

Tinha muito tempo que não chupava chiclé de bola (e sem bola também).

Dora e seus leões

Todas as noites Dora fecha as portas,
as janelas
e apaga as luzes
antes de dormir.

Dora deita seu corpo cansado,
encosta a cabeça e pensa
em como o dia foi bom
e se vai sentir frio durante a noite.

Às vezes Dora duvida
e pega outro cobertor.
Outras vezes Dora
se desfaz de todos eles.

Aí, Dora sonha.
Sonho de brisa,
De Isa
De Dora.
De Isadora.

Se o sol levanta,
Dora levanta.

Com um salto assustado
Dora sai da cama e pensa:
“Hoje eu mato mais um leão.”

5/28/2007

Bisos! Bisos! Bisos!

Escrevo esta homenagem porque quero e não porque “tenho que”. E homenagens são apenas para pessoas muito importantes, que marcam nossas vidas, que nos marcam. De maneira muito boa, é claro.
Não vou mentir. Esta deve ser a 4ª vez que tento escrever e não consigo. Não que eu não consiga escrever, o que eu não consigo é arrumar palavras que descrevam o que é exatamente ser um “Biso”. Porque melhor do que SER um Biso, é TER um Biso por perto.

Eu também não poderia escrever 2 homenagens diferentes, porque aí teria que escolher um Biso pra ser o primeiro, e além de essa escolha não me caber, não seria justa, porque Biso que é Biso anda sempre junto.

Por falar em andar junto... Isso é bem verdade. Biso que é Biso não deixa Biso se sentir só. Está sempre presente, virtualmente, emocionalmente ou moralmente falando.

Tem o Biso Maior, que é mais centrado, mais “na dele”, que se perde (e se encontra) em infinitas páginas de lingüística “não-sei-das-quantas”, que se complica e se simplifica em suas poesias e se revela nas fotografias, que também são retratos da simplicidade de sua alma.
Biso Maior gosta de onomatopéias: nhéc-nhéc e clicks africanos fazem parte de sua coleção. Gosta de ópera, de Tom e de Elis, de Manoel de Barros e seus versos medidos à cuspe a distância. Gosta de grama molhada e pés descalços, calça jeans e havaianas, de sentir cheiro de bolo. Mas quem é que não gosta dessas coisas?
O que eu sei é que Biso Maior gosta de uma maneira diferente, porque se emociona com a simplicidade de todas as coisas e conhece “os quatro elementos de tudo”. E se tem uma coisa que eu gosto no Biso Maior são suas sinestesias, teve uma vez que ele queria fotografar o cheiro da fumaça. Olha que coisa mais poética!!! E eu também gosto das poesias que Biso Maior escreve, gosto de quando seu eu lírico Catarina aparece e fiquei feliz em saber que Catarina fez amigos.
Biso Maior é de uma doçura sem fim, é uma pena que não gosta de doces (ou gosta? *risos*).

O Biso Menor é diferente, mas não menos Biso. Tem uma risada engraçada, uma coisa indescritível, mas que me faz rir toda vez. Tem um lance com a música que vou te contar... é hipnótico vê-la tocar! Biso Menor gosta de M&M e, infelizmente não os pode compartilhar. Mas, se fizermos uma carinha de pidão ela dá uma bolinha daquelas pra gente, mas só uma...
Esta espécie de Biso é simpatia pura: abraço apertado e tudo mais, chora com os amigos, toma as dores mesmo. É capaz de nos defender mesmo quando não estivermos 100% com a razão. Mas pra isso é preciso “conquista-la”.
Biso Menor é sensato em tudo o que faz. Parece saber das coisas, de todas elas. Tem sempre um bom conselho para dar e melhor ainda, está sempre disposta a escutar.
Gosto de trocar figurinhas musicais com Biso Menor, gosto de vê-la tocar. Gosto de ver e de ouvir. De ver porque Biso Menor é mais lindo quando toca e de ouvir porque Biso Menor “tem as manha total”, consegue até tocar um Si (bemol?) agudíssimo, que confiem em mim, é difícil pra daná...

É por isso e por outros “issos” aqui representados nas entrelinhas que eu amo essas 2 amigas, 2 irmãs. 2 amigas irmãs.
Em outras palavras, como Biso Menor certa vez escreveu: “Eu amo os Bisos =)”

5/20/2007

Metade de mim


Metade de mim se prende
Na música certa pra fazer poesia.
A outra metade se prende
Na garrafa de água vazia.

Metade de mim se prende
Em sonhos que nunca foram.
A outra metade se prende
Em sonhos que às vezes choram.


Metade de mim se perde
Em cd’s de blues arranhados
A outra metade se perde
Em livros desencapados.

Metade de mim se completa
Em tangos de amor perdido
A outra metade se completa
Em desejos desiludidos.

Metade de mim se reflete
Em filmes que nunca vi
A outra metade reflete
Aquilo que nunca ouvi

Metade de mim se contenta
A outra metade tenta.
Metade de mim foi embora
A outra metade não demora.

Metade de mim é poeta
A outra metade é atriz
Que canta querendo achar
Aquilo que sempre quis.

Metade de mim é rima
A outra metade é palavrão.
Metade de mim é alma
A outra metade, desencarnação.

Metade de mim é vírgula.
A outra metade é exclamação.
Metade ainda é três pontos
A outra, interrogação.

Metade de mim está completa
A outra metade está vazia.
Metade de mim está repleta,
A outra metade é alegria.

5/14/2007

O barquinho e a ilha

Do perto fez-se o remo,
da saudade o leme
e o abraço ergueu as velas.
.......................................Rema o remo.
.......................................Segue o leme.
.......................................Erguem as velas.
O coração batendo apertado,
tristinho.
Como um barco que parte
com saudade de ilha.



5/04/2007

Palavra rema

Não me preocupo com o que fizeram comigo.Me preocupo com o que eu farei com o que fizeram de mim.
Não sei de quem é essa frase.

4/30/2007

Cara a Cara

Respoda a questão.
A pessoa ao lado tem cara de:
a) Sapeca
b) Colunista do Estado de Minas
c) Produtora do programa do Jô
d) Escritora
e) Mestre em Semiótica.
f) N.R.A

4/24/2007

O Lugar da Saudade

Com exclusividade
Liguei para o “Recanto da Saudade”, um Lar para idosos em Belo Horizonte, para marcar a visita. Falei com Helena, moça muito simpática, e sua voz tranqüila e amigável fez com que minhas expectativas crescessem rapidamente. O trato foi simples: “A gente só pede para os visitantes trazerem doações. Pode ser um vidro de álcool ou um pacotinho de algodão”, disse a voz do outro lado da linha. Meu coração amoleceu com tanta simplicidade, e na mesma velocidade em que minhas expectativas cresciam, concordei com a proposta.
Quando desliguei o telefone, uma onda de flashes backs atingiu minha mente. Tive uma lembrança bem distante, tão distante que não conseguia lembrar as perguntas básicas: “Quando, onde e por quê?”. Só me via ainda pequenina, na companhia de minha avó, em um asilo bem florido, com vovós e vovôs sorridentes que cantavam alegremente. Aí uma das vovós ficou triste por não ter um microfone pra cantar, e eu em toda minha pequenez e no auge da minha inocência, peguei um galhinho, e mostrando para ela que aquilo daria um belo de um microfone, coloquei em suas mãos já marcadas pelo tempo. Aquele foi o sorriso banguela mais bonito que já vi.

O preparo:

Deixando de lado a subjetividade, fui me preparar para a visita. Foi então que as coisas se tornaram um pouco mais reais. O Artigo 2º do Estatuto do Idoso, em vigor desde o dia 23 de setembro de 2003, diz que “O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.” Isto transtornou meus pensamentos porque comecei a refletir sobre a cruel realidade do “envelhecer”. Os dados são tristes: segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, no Rio de Janeiro, por exemplo, a proporção é de 40 geriatras para 750 mil idosos. Sem contar com os impostos, os cortes de aposentadoria e as burocracias dos planos de saúde que entristecem os idosos de todo o país. “Isto significa que não temos nem direito à saúde, como preconiza o art.15 do Estatuto do Idoso”, afirma a professora Maria de Lourdes Micaldas, de 66 anos, em uma de suas crônicas publicadas em seu site, “Velhos amigos”.
Em um país que está deixando de ser jovem estes contratempos são inadmissíveis. Segundo o Departamento de Psiquiatria e Neurologia da UFMG, as evidências indicam que seremos, em 2020, o 6º país com a maior população de idosos do mundo. Como é possível tantas falhas, tantos preconceitos e tanto despreparo para com o envelhecimento?
Foi partindo destes questionamentos que comecei a ter uma visão mais concreta dos fatos que estava prestes a encarar.


- Fica marcado então para segunda feira, dia 16, pode ser?- me perguntou Helena.
- Pode sim. Às 15 horas, né?

A visita estava confirmada. As idéias corriam livres em meus pensamentos ainda confusos com a abordagem que deveria ser feita. As expectativas? Bom, elas diminuíram consideravelmente.

A visita:

Cheguei ao Recanto da Saudade no horário previsto, com uma sacolinha de farmácia contendo 2 litros de álcool e 4 pacotes de algodão. Helena havia me pedido um ou outro, mas quis impressionar. Na verdade, no meu íntimo eu estava pensando que esta seria uma ótima estratégia para conquistar os funcionários e fazer com que o clima não ficasse tão tenso. A princípio funcionou. Procurei por Helena, confesso ter precisado do carisma daquela moça, mas quem me atendeu foi Suzana, a diretora. Vi então minha estratégia se dissolvendo no ar, como naftalina, um processo lento. “Xavecar” a Suzana não foi fácil, os olhares de desconfiança que lançava sobre mim, me fizeram sentir uma intrusa; como se o gravador fosse uma arma perigosa. Embora eu estivesse com o coração aberto, me senti armada, uma ameaça para aquele universo frágil.
Pedi, timidamente, autorização para ligar o gravador e começar a gravar. As instruções de Suzana foram firmes, fortes, ameaçadoras: “Cuidado para não deixar as vovós cansadas. Não insista nas perguntas. Qualquer fotografia que você tirar tem que passar por mim antes. Você não pode conversar com todas as vovós, somente com aquelas ali...”, apontou para uma mesa no refeitório, onde três vovós jogavam baralho.
Suzana saiu com seus passos firmes. Agora éramos apenas eu, o gravador e as simpáticas velhinhas que jogavam um carteado. Me aproximei mansamente, como quem não quer nada. Perguntei se poderia me assentar com elas. Notei que os olhares desconfiados permaneciam fixos no gravador e mais uma vez me senti “armada”.
Larguei o gravador em cima da mesa e tratei logo de me apresentar, como sinal de rendição: “Boa tarde, sou a Pipa, estudante de jornalismo, vim conversar com vocês”, usei a mansidão de minha voz. Uma tentativa arriscada. Poderia ter perdido o “jogo das conquistas”naquele exato momento. Para minha surpresa um novo jogo me foi proposto. Me convidaram para jogar “Roba-monte” com elas. Aceitei na hora! Sou “fera” nesse jogo e acabei percebendo que para jogar o meu jogo, teria que jogar o delas também.
Deixei que ganhassem algumas partidas. Fui amaciando o meu caminho e era entre uma partida e outra que conseguia fazer algumas perguntas, enquanto durante o jogo fazia a difícil escolha de quem seria a protagonista desta história.

A escolha:

Lá estava eu, sentada com três vovós lindíssimas, cada uma com suas peculiaridades. Vovó Áurea, cheia de classe. Vovó Conceição (mais conhecida por “Amaral”), com seu mau-humor e resmungos hilariantes. Mas o que mais me chamou atenção foi a simpatia da Vovó Terezinha. Um sorriso contagiante, cabelos brancos como a neve, alegria transbordando e as mãos ainda ágeis o suficiente para embaralhar as cartas do baralho. Vovó Terezinha foi a minha escolhida, não só pela simpatia, mas porque as mãos ágeis me fizeram lembrar das mãos daquela velhinha do microfone.
“Estou aqui há quase 10 anos”- começou a falar- “vim por escolha própria. Nunca casei e nem tive filhos. Meus irmãos foram tocando a vida deles, uns casaram, um outro já morreu...”, disse Vó Terezinha, com os olhos cheios de saudade.
- Mas a senhora não se sente sozinha aqui? – perguntei com um nó na garganta.
- De maneira alguma. Cheguei aqui com a certeza de que eles (os funcionários) cuidariam de mim. Não me decepcionei. E as amizades que fiz (olhou para Áurea e para Amaral), são minha família agora. Sozinha eu não me sinto não.
Vovó Terezinha foi me falando sobre a liberdade, sobre as coisas boas da vida, demonstrando um otimismo invejável. E foi com orgulho que assumiu a idade: “Eu tenho 74 anos e estou bem...”, e ainda me confidenciou com a voz um pouco mais baixa, “...bem melhor do que muitas vovós aqui, que estão mais acabadinhas, né?”.
Foi então que entendi o porquê de Suzana ter feito aquela restrição de conversar apenas com estas três vovós. Muitas vovós do Recanto da Saudade foram deixadas por seus familiares por falta de recursos para lidar com os problemas de saúde. O Mal de Alzheimer e as limitações da idade são os fatores mais comuns entre elas, que recebem todo o carinho, atenção e cuidado de uma equipe médica especializada.
Vó Terezinha pegou o gravador que estava sobre a mesa. Comecei a observar, achando os movimentos dela interessantes. Era como se ela estivesse descobrindo algo, mexendo com delicadeza, com um certo receio. “Será que isto custa muito caro?”, me perguntou com um tom sapeca e logo justificou a pergunta dizendo que queria ter um gravador desses, para gravar as coisas engraçadas.

- E o que você acha engraçado? – perguntei.
- A Amaral fala muito palavrão, resmunga o dia inteirinho.

Rimos juntas, porque na mesma hora, Vó Amaral resmungou alguma coisa bem baixinho. Foi neste momento que o gravador deixou de ser uma arma perigosa e acabou virando um objeto de ligação entre eu e Vó Terezinha que já me contava sobre a apresentação de tango que teve no dia anterior, e de como o dançarino era bonito.
O tempo passou rápido com toda aquela descontração. No final do corredor aparecia a Suzana, apontando para o relógio, dizendo que meu tempo tinha se esgotado. Apertei o botão “stop” do meu gravador e despedi das vovós, que a essa altura, já eram minhas avós.
- Volta mais, Pipa, pra gente jogar “Roba-Monte”.
- Volto sim, vó Terezinha. Olha lá que eu vou ganhar de você, hein?!
- Quero ver é ganhar de mim. – Resmungou Vó Amaral com um sorriso no rosto.



Saí de lá com uma certeza: existe um lugar em que a saudade faz parte da gente.

4/22/2007

Tanto que...

"Tanto que choveu,
tanto que molhou,
coração encheu de amor
e transbordou..."
Porque eu adoro frio e dias chuvosos e por outras cositas mas...

4/20/2007

Nas entrelinhas do muro


Pedindo lincença ao "Palco dos Meus Pensamentos"


O grupo Z.A.P 18 está em cartaz até o dia 29 com a peça “Esta noite mãe coragem”, adaptação do texto do dramaturgo alemão Bertolt Brecht . A direção é de Cida Falabella , o elenco conta com a participação de Elisa Santana e a música de Maurílio Rocha. Esta noite Mãe Coragem é um convite à reflexão sobre uma cruel realidade da sociedade brasileira. É instigante, incômoda, sincera e cruel.
A historia se situa em uma periferia abalada pelos problemas que assolam a vida de seus moradores. O trafico de drogas, a simplicidade e o esforço para sobreviver são bem evidenciados e representados nesta adaptação. O desenvolver do trama se dá a partir da construção de um muro, paradigma bem colocado, já que a peça, respeitando o estilo “brecthiano” , se esforça para quebrar o que os dramaturgos chamam de “quarta parede”, ou seja, o distanciamento do público com a realidade representada, enquanto a construção do muro representa o próprio distanciamento.
A atriz Ludimilla Ramalho, que representa Catarina, diz: “se eu não posso falar, de que me serve o teatro?”. Mãe Coragem parte deste princípio. É um espetáculo que não se cala, que coloca um berro de desespero na boca do mudo, que dá voz ao público que por sua vez tende a se incomodar ao perceber que na verdade são programados para a cada dia colocar um tijolo a mais no muro que separa duas realidades tão diferentes e tão próximas..
A localidade do espaço ZAP 18, o ambiente que se é criado e o “Bar da Rose”, geram a sensação de aproximação, de familiaridade com o tema. O público se mistura com os personagens, participam de perto da historia que está sendo contada. A musicalidade do espetáculo também se faz um elemento que sugere esta aproximação . Maurílio Rocha, compositor das musicas da peça, diz que as canções originais apesar apresentarem alta qualidade artística não correspondiam com a cultura popular brasileira, fez então uma pesquisa das possibilidades de transcrições que condiziam com a linguagem poético-musical da nossa cultura.
A abordagem da peça é fantástica. O objetivo do teatro se é cumprido com excelência: não se sai da mesma maneira que entrou. Se chegamos mudos, saímos com um grito entalado na garganta. Se chegamos falantes, saímos calados, chocados, pensativos. Um ponto a menos pelo intervalo de 20 minutos, que quebra o clima, desvia os pensamentos, dispersa o espírito. No mais, a recompensa é grande: Bar da Rose, prosa agradável e o desejo, que queima o coração, de fazer teatro.

_______________________

Desde pequena eu sempre escutei:"cala a boca,menina! Cala a boca, cala essa boca" e aí quando a gente é criança, a gente cala a boca rapidinho, né? Com medo de umas boas palmadas de chinelo Havaianas. Mas a gente vai crescendo e percebendo que quando a pessoa fala "cala a boca!" é por que ela não quer escutar, né? Ela não quer escutar o que a gente tem pra falar, por que ela sabe que, no fundo, no fundo, a gente pode estar com a razão... é igual a: "por quê? Porque não, "Por que não? Porque não..." Ninguem me manda mais calar a boca... aqui não. Por quê? Porque se eu não posso falar, de que me serve o teatro?

Ludimilla Ramalho

4/16/2007

Janela atualizado!


Pessoas,

espero que o Janela Aberta não tenha entrado no esquecimento. Eu bem sei que os posts são esporádicos e tudo mais. No entanto, hoje é dia de olhar a paisagem, de dar uma espiadinha, de debruçar na sacada pra ver a banda passar cantando coisas de amor.


Corre lá!

4/10/2007

O lado brega da gente

Esses dias me peguei pensando no lado brega da gente. Aquele lado que nos permite cantarolar os clássicos de Roberto Carlos e chorar escutando as canções românticas de Zezé de Camargo & Luciano (ou vai me dizer que nunca na vida você escutou “É o amor” achando que a musica diz tudo o que queria dizer?!) O lado brega da gente é sensível, até porque ser sensível é brega. A “bregalidade” faz bem pra alma, pro coração. Faz um bem danado pra gente.
Você, leitor, há de concordar comigo que chorar num filminho triste é uma delicia; que as novelas do Manoel sempre mechem com as nossas emoções; que a final do BBB é imperdível; que a gente sempre gosta de poesia sobre amor; que a gente sempre tem uma música brega que diz tudo sobre a nossa vida (ou então do que gostaríamos de viver); que chorar em casamento é a coisa mais natural do mundo; que guardar um ursinho de pelúcia é lembrar de alguém muito querido...
Aí quando você entende que ser brega é gostoso, tira aquele CD da Marisa Monte dos fundos do armário e passa o dia todo com “Amor, I love you” na cabeça, principalmente com os “uh’s” do back vocal (tem coisa mais brega que isso?); começa a reler aquele romancesinho água-com-açúcar até rolar a primeira lágrima, aí você percebe que Marisa Monte e romance água-com-açúcar é de mais para um dia só. Passa a vez para os sambinhas de Vander Lee e suas baladas românticas que aquecem o coração.

E sim, é o meu lado mais brega que escreve este texto, até mesmo como um incentivo à breguice (moderada, claro). Porque ser brega é uma delícia.

4/06/2007

Espasmo


Meu dedinho do pé está com algum problema. Ele está mechendo sozinho. A sensação é a de um choque de voltagem muito baixa, como se fosse pequenos espamos, só no dedinho.

Sensação muito semelhate àquela que muitos devem conhecer, quando a palpebra dos olhos dá aquela tremidinha, sabe? Dizem que é stress, mas nunca ouvi falar que dava no dedinho também.

Estou muito irritada com isso e tem acontecido com muuuuuuuuuuuuuuuita frequência. Eu diria que mais de 5 vezes por minuto.

Espero que não brote outro dedo ou que meu dedinho resolva sair andando por aí.


Mas se você souber o que pode estar causando estes espasmos, por favor, entre em contato comigo.

4/05/2007

Esse tal aquecimento...

Estou começando a acreditar que esse tal “aquecimento global” está realmente fazendo efeito. Os motivos são vários, e é claro, começa por este calor insuportável. Está tão quente que nem o ventilador vertical que ligo toda noite antes de dormir está fazendo efeito, a não ser pelo “zum-zum-zum” gostoso que embala meu sono.
Hoje achei que o mormaço iria dar uma trégua quando por volta das 18:30 (horário de Brasília) olhei pro céu e vi umas nuvens carregadas. Mas aí o Bruno falou que era melhor nem falar em chuva, então não choveu. O calor tava tanto que nem o ar- condicionado do cinema estava refrigerando direito. Mas devo levar em consideração que o cheiro de mofo misturado com cheiro de pipoca e alguma coisa da família do chulé também não colaboram com o “frescor” do ar.

Mas voltando aos motivos...

O tempo está demorando a passar, então criei uma teoria que na minha cabeça é plausível. O que ocorre é o seguinte: o calor está dissolvendo as... bom, as “ignições” dos relógios, fazendo com que haja retardamento nos ponteiros causando um atraso que pode variar de acordo com a altitude, temperatura e boa vontade. Caso você não veja o tempo correr através de contadores analógicos tenho uma outra explicação, apesar de quê esta não tenha nada a ver com relógio (a não ser o biológico).

O que ocorre neste segundo caso é um retardamento do relógio biológico causado pelo envelhecimento(acentuado pelo calor) gradativo do corpo. Nosso coração bate menos depressa, nosso sangue circula mais devagar e todas as trocas biológicas ocorrem mais lentamente, causando a sensação de que o tempo custa a passar.

E ainda tem aquela sensação chata de mal-estar; aquela lombeira que bate depois do almoço; a sensação de que a coca-cola nunca está gelada o suficiente; a mania de tomar banho quente e como se não bastasse o calor, não tem nada de bom passando na televisão.

R.G.



"O nome dela é Priscila de Deus porque quando ela nasceu a mãe dela fez uma promessa..."



- Prisciiiiiiiiiiiila de Deeeeeeeeeeeeeeeeeeus, desce daí menina!!!

- Priscila de Deus Vieira Cavalcanti Silva... huuuuum.... de Deus?! Então quer dizer que você é evangélica?!


Na hora da chamada:


-Fulano de tal?
-Presente!
-Siclana?
-Aqui!
-Beltraninho?
- Eu!
-Priscila de Deus?
-Amém!

3/27/2007

Presente

Para Biso Menor, com todo carinho do mundo.

Como presente de aniversário queria te dar várias coisas.
Uma coisa para cada outra coisa.
Uma poesia para quando entendi seu olhar;
Um compasso maior para cada musica,
Uma fotografia para cada sorriso,
Um sorriso para cada palavra
Um doce para cada abraço,
Um abraço para cada lágrima.

3/23/2007

Fermata


Pare o tempo e me permita esquecer
das águas que já rolaram.
Desta chuva que teima em cair
em gotas pela metade.

Pare de contar o tempo
enquanto meu jardim não floresce.
Só enquanto não tiver certeza,
só por enquanto,
enquanto estiver sem ar.

Então, quando parar de chover
e quando brotar a primeira rosa,
quando tiver certeza e não me faltar ar,
volte a contar o tempo.
Prometo escutar sua canção.

3/14/2007

Sapequices

Eu escrevo porque posso,
se não escrevo me dá um troço!
Escrevo porque não posso também,
mas poesia não mata,
nem fere ninguém.

Escrevo sobre o nada,
sobre o lixo,
sobre o homem,
e o bicho.

Mas escrever não é tudo
o que me resta.
Ninguém me paga,
e de graça,
até injeção na testa!

Mas eu escrevo porque gosto
deste ar de rebelde,
destas palavras que não convém.
Mas poesia de verdade,
só pra você, meu bem.

3/12/2007

..."A minha vontade era também a de descobrir seus sentidos; a de esperar o seu tempo, de te esperar "...

3/11/2007

A vontade e o tempo

A minha vontade
era a de mudar a vontade dos outros
de mudar o pensamento dos outros
de mudar o olhar dos outros.


A minha vontade
era também a de descobrir seus sentidos
a de esperar o seu tempo
de te esperar.

Estas vontades ainda são.
não eram,
porque são teimosas
e não saem de mim
por mais que eu queira não querer.

Por mais que me doa te ver passar
ainda tão distante
e que aquelas nossas musicas
não toquem mais
as vontades são constantes.

Vontade de mudar
Vontade de entender
Vontade de ter vontade.

Porque a maior vontade de todas
É ver acontecer,
É de cantar sem dor,
É não desconfiar
É não temer.

Vontade de esquecer
Vontade de sentir
Vontade de querer

Vontade de ver uma parte de mim
Uma pequena grande parte
viver novamente.

3/09/2007

Trovoada # 7



Contra a Futilidade
Resolvi aderir a campanha contra a futilidade que a Carol levantou. Nossos pontos de vista são iguais ou parecidos em muitas áreas, então resolvi apoiar minha parceira com alguns outros pensamentos relacionados ao assunto.

É incrível como minha paciência tem sido testada com bastante freqüência, porque se tem alguma coisa que me irrita é o ato, o efeito e a conseqüência de um ser fútil. Acredito eu que a futilidade não é apenas a preocupação com o próprio exterior mas também com o exterior alheio (e esse é um nível mais elevado dos sintomas). A conseqüência disto varia entre os comentários maldosos e os elogios falsos. Lembrando que geralmente os comentários são feitos “pelas costas” e os elogios são notavelmente acompanhados com aquele olhar de inveja. Um exemplo disso seria:

-“Nossa, que blusa linda! Vou ‘roubar’ ela pra mim!”

Um ser fútil sempre pensa em como ele ficaria mais bonito do que você.

Outro sintoma da futilidade é a preocupação evidente na declaração de status. O indivíduo infectado acha bonito dizer o que tem e ainda pode tentar utilizar este método da declaração como ferramenta de conquista. O exemplo clássico seria:

-“E ai, vamos dar uma voltinha no meu Classe A?”

Mas geralmente só conquistam pessoas com o mesmo problema, já que elas facilmente se deixam encantar com nomes/marcas de grande importância ($)

Existe também aquela futilidade que geralmente apresenta seus sintomas disfarçada pela “vaidade em excesso” . Facilmente detectada quando um individuo resolve usar um salto “quilometricamente alto” no meio do mato. Acreditem em mim, já presenciei uma cena destas!

Volto a dizer que o que me incomoda é a preocupação EXCESSIVA com a aparência e consequentemente o medo do que “os outros vão pensar”.

É por isso que acredito que a preocupação com o interior deve vir em primeiro. É ela que faz a diferença. Com salto ou sem, é a beleza interior que conta.

Beleza que não tem reflexo, beleza que não passa batom, beleza que não torce o pé, beleza sem decote... Beleza simples e linda. É esta que me preocupo em ter.

Abaixo a Futilidade!



3/06/2007

Dono do infinito


Depois de muito tempo
após longo pensar
quão grande é o céu?
Quão imenso é o mar?

E me vejo refletindo
o perigo de existir
quem sabe por onde indo?
Quem sabe por onde ir?
Ecoam tais perguntas
em silêncio infinito
flutuam pelo vento
e caem no a
...................b
......................i
........................s
..........................m
.............................o

E mesmo depois de tanto pensar
não consiguindo medir
o céu
o mar

Que tarefa mais injusta
e complicada.
Não haveria por ventura
tarefa mais ajustada?

É coisa de doido
e bastante banal
por no infinito
um ponto final!

E novamente
ponho-me a pensar
-"que versos tristes
estou a rimar!"

São rimas completas,
rimas imperfeitas.
A mais incorreta escansão,
são versos de amor perdido
traduzindo a solidão.

Quão grande é o céu?
Quão imenso éo mar?
Novamente
me pego a pensar

São mil pensamentos.
Pensamentos infindos.
Quem sabe por onde ir?
Quem sabe por onde indo?

E não se vai a lugar algum
E nem ao menos paro de pensar
Quão grande é o céu?
Quão imenso é o mar?

E não encontrando resposta
para tal pensamento
me torno rosa num instante
e me desfaço com o vento.

2/25/2007

A voz

No espelho um triste reflexo
da memória desiludida.
E na lagrima um olhar dizendo:
É a vida.
É a vida.

Se meu choro fosse despedida
da lembrança tão querida
daria adeus à voz que diz:
È a vida,
É a vida.

E se triste fosse
a tão amarga ferida
chorava e soluçava:
È a vida
É a vida

È como se a dor não apagasse
tal saudade que mantém
a voz que diz ser viva
a voz que vai e vem

E quando a voz se calar
e se apagar a chama.
Quando porventura não houver mais nada
meu reflexo vira do avesso
e minh’alma estará quebrada.

2/14/2007

Janela Aberta

Estão todos convidados para contemplar uma nova paisagem.

Resolvi abrir a janela e compartilhar meu horizonte com vocês.


Clique na imagem e expanda seu horizonte.

Trovoada #6


Você sabia que a Universidade de Portugal deu o título de "Doutor Honoris Causa" para nosso querido presidente Luís Inácio Lula da Silva?


Pergunta básica: Lula seria Doutor em quê? Na arte de não saber?!

Coincidência ou não, só podia ser coisa de Português.

2/13/2007

Sabedoria: uma coisa realmente sábia.


"A baileia é um peixe mamifero encontrado em diversos rios do planeta Terra".

2/10/2007

Dois sonetos Shekespearianos

Soneto 29


Quando malquisto da fortuna e do homem
Comigo a sós lamento o meu estado,
E atiro aos céus os ais que me consomem,
E olhando pra mim maldigo o fado;
Vendo outro ser mais rico de esperança,
Cobiçando o seu poder e os seus amigos,
Se desejo a arte de um, de outro a bonança,
Descontente dos sonhos mais antigos;
Se desprezado e cheio de amargura
Penso um momento em voz, logo, feliz,
Como as ave que abre as asas para a altura
Esqueço a lama que o meu ser maldiz:
Pois tão doce é lembrar o que valeis,
Que esta sorte não troco nem com reis.


Soneto 30
(embalada por uma inspiração Shekesperiana e dedicando este soneto às irmãs Bisos)

Quando à corte silente do pensar
Eu convoco as lembranças do passado,
Suspiro pelo que ontem fui buscar,
Chorando o tempo já desperdiçado,
Afogo o olhar em lágrima, tão rara,
Por amigos que a morte anoiteceu;
Pranteio dor que o amor supera,
lamentando o que desapareceu.
Posso então lastimar o erro esquecido,
E de tais penas recontar as sagas,
Chorando o ja chorado e já sofrido
Tornando a pagar contas todas pagas.
Mas, amigo, se em ti penso por um momento
Vão-se as penas e acaba o sofrimento.

A cobra e o sapo





Hoje li algumas coisas do "Livro das Virtudes" e umas das páginas que mais me chamaram atenção foi as que continham uma lenda africana chamada "A cobra e o sapo".


Isso me fez pensar com um pouco de dor (e um misto de alegria) que essas coisas não acontecem apenas com sapos e cobras. E de alguma forma, me senti bem proxima dessa realidade, lembrando do não do "único dia", mas do "dia único" em que ensinei a saltar e aprendi a rastejar.




"Ame as pessoas. Use as coisas."

2/08/2007

Milk Shake Infinito


Este é o Milk Shake infinito para baixo.Tão infinito-para-baixo que não deu pra desenhar ele todo...

2/01/2007

Espaço Burros


Está inaugurado o “Espaço Burros” no Rimas e Trovões.
Sintam-se livres para ganhar zeros com a gente!
Abraço para los chicos: Bruno
(el el el ) Gabriel
Breno

Abraço para las chicas: Carol
Helen
Angel


E ai Ricardo, vai querer ser nosso amigo? Foi bom ter você com a gente!

Pouso de emergência: gases na aeronave




Em Dezembro de 2006, um avião da empresa de aviação americana American Air Lines, fez um pouso de emergência ao ser detectado a bordo um cheiro de fósforo queimado.



A princípio desconfiavam de ataques terroristas, mas na verdade se tratava de uma mulher tentando disfarçar seus ataques incontroláveis de flatulência. O avião que iria de Washington para Dallas, foi recepicionado pela Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI) e pela Administração de Segurança dos Transportes, que obrigaram todos os passageiros e tripulantes a desembarcarem da aeronave.



A suspeita, envergonhada, após ser interrogada pela polícia confessou ter acendido os fósforos. Como pena, foi proibida de voar pela companhia aéria.

1/31/2007

Desnho #2


Desenho que fiz hoje (cópia à mão livrede um desenho que vi numa revista)...

1/30/2007

Hoje

Hoje eu queria cantar
uma canção da gente,
queria escrever
versos para os amigos,
contemplar mais fotos
e ouvir aquela risada gostosa
de criança quando ganha doce.

Ainda hoje eu queria te olhar mais,
descobrir teus olhos,
desvendar mais pensamentos

...não olhar as horas
esquecer do tempo.

E se ainda me sobrar tempo
quero esquecer que hoje
está chegando ao fim.

1/28/2007

Pi(pa)casso












Meu primeiro desenho com os lápis que ganhei!

Errei alguns traços, mas quem disse que Picasso acertou todos?!?!

veja o original aqui!

1/27/2007

Numa folha qualquer



Ganhei uma caixa com 48 lápis de cor aquareláveis, da Faber-Castell.

Os planos são: numa folha qualquer, muitos desenhos.

Quem sabe não os compartilho com vocês...

1/24/2007

Solidariedade é a base...

Conheci alguém que sempre dizia "sinceridade é a base...". E de fato é. Mas depois de algum tempo, descobri que são várias as "bases" que tornam a vida mais... mais bela, simples e agradável.
Entre essas novas bases, está a SOLIDARIEDADE, e é por isso que faço esse post, com a intenção de ajudar um amigo de um amigo meu.

Semana passada, a vida deu um susto em Paulinho, que recebeu um diagnostico acusando leucemia.
Paulinho precisa com urgência de doadores de sangue e de medula.

Como doar:
As doações de sangue podem ser agendadas por meio de ligação para o HEMOMINAS (0800 31 01 01) ou acesso ao www.hemominas.mg.gov.br. Ao doar, não esquecer de passar o nome completo do paciente:Paulo Vicente Fonseca e Pires e do hospital que ele está internado Hospital das Clínicas em Belo Horizonte.

O Hemominas fica na Alameda Ezequiel Dias, nº 321 - atrás do Parque Municipal. Centro. (Belo Horizonte)

Horário de funcionamento:

de segunda a sexta, de 07 às 21:00 h; sábado, de 07 às 18:00 h.

Obs.: As doações podem ser feitas sem marcação prévia; contudo, a marcação prévia evita filas.

Quem pode doar:

qualquer pessoa com idade entre 18 e 65 anos e que esteja com boa saúde (que não tenha tido hepatite, chagas, sífilis e não seja portador do vírus HIV). Quem estiver tomando algum tipo de medicamento, deve consultar antes se não há necessidade de suspendê-lo por algumas horas. O telefone de informações sobre os procedimentos de doação é 3248-4515.


Veja, passo a passo, como funciona a doação de medula óssea no Brasil:

· É preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e boa saúde (ver condições na sessão "Doação de Sangue"); · É necessário se cadastrar como doador voluntário em um Hemocentro (veja os endereços listados abaixo); · No cadastramento, os voluntários doam apenas 10 ml de sangue; · Essa amostra passa por um exame de laboratório, chamado teste de HLA, que determina as características genética do possível doador; · As informações são colocadas em um cadastro nacional, o REDOME, ou Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea; · Quando alguém precisa de transplante, os técnicos do Redome fazem a pesquisa de compatibilidade por entre os registros de todos os doadores cadastrados; · Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer outros exames de compatibilidade genética. Se o perfil coincidir com o do paciente que precisa do transplante, o voluntário decide se realmente quer doar; · Durante a doação, o doador recebe anestesia geral. Com uma agulha, a medula é aspirada do osso da bacia; · A quantidade de medula doada é de apenas 10% da medula total. Em 15 dias ela já estará recomposta.



Obrigada pela atenção!
E colaborem, se for possivel...

1/22/2007

Um ovo, duas gemas



Nunca encontrei antes um ovo com duas gemas.

Mas no dia que eu resolvi tentar fazer panquecas, eis que quebro o ovo e vejo! Estavam lá, 2 gemas... Fiquei super empolgada porque não acreditava que isso existisse de fato.

Pena que a panqueca não ficou legal...

1/21/2007

Linguagem corporal



Muito bom!

1/19/2007

Irritando a Pipa



São essas as coisas que me irritam:

Conversa alta no cinema; celular tocando no culto (ou em lugares que não deveriam tocar); tosse alta em teatro; pessoas que me adicionam no orkut e falam: “Não te conheço, mas gostei de você, vamos ser amigos?”;lixo eletrônico;essa tal pessoa que liga sempre aqui em casa procurando uma tal Joana D’Arc.

Burrice; ronco; coca-cola sem gás; carne mal passada; quando a roupa que eu quero usar está lavando; computador com vírus; orkut em manutenção; quando a bateria o celular acaba e eu estou fora de casa; quando a novela acaba na melhor parte; horário eleitoral; barulho de bola de chicletes estourando; não escrever com caneta preta em pautas azuis; Cd arranhado...

Ônibus lotado, lugar apertado, elevador fedendo.

Geladeira e barriga vazia; conversa interrompida; calor por demais...


Talvez, se eu morasse numa bolha, me irritaria com menos frequência...