O mundo vem à mim, algumas vezes, de maneira muito confusa.
Um turbilhão de informação me chega aos olhos e, por eles não passam.
É como se eu enxergasse a paisagem, mas não a visse.
Meu mundo é um sentir sem arrepios. Uma música que, muitas vezes, toca em silêncio.
É um livro que eu leio e não entendo e, então, leio novamente.
Olho para a esquerda. Para a direita. E o que eu vejo são muitas dúvidas e uma única certeza: todas elas permanecerão sem resposta.
Minha sensibilidade é outra.
Não compreendo os números, mas leio os olhares.
Falo pouco, mas quando falo é de verdade.
Sei sorrir com os olhos – olhos estes de abismos e de promessas.
Choro bem quietinha, prestando atenção nos pensamentos .
Minha sensibilidade é outra.
Não presto muito atenção nas coisas. Eu gosto é de sentir.
Meu maior desafio é arrepiar de emoção. Sem chorar.
E depois do arrepio, aí sim vem a lágrima.
O mundo vem à mim, algumas vezes, de maneira muito confusa.
Minha sorte é não prestar atenção nessas coisas e prosseguir.
Prosseguir sempre questionando. E esquecendo das respostas.
Quem sabe assim, chegarei em algum lugar.
Foto: Pipa Cavalcanti
Um comentário:
por que vc não tem tempo mais pros bisos?
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