Eu sei que de repente fiquei com uma vontade danada de escrever uma carta. E a escrevo assim, sem mais nem menos, apenas por achar que talvez alguém me leia, e neste momento minha felicidade se concentra nesta esperança boba.
Às vezes penso em você. Quando digo “às vezes” é “às vezes" mesmo". Já não me permito te ter em mente com muita freqüência e também não tenho tempo para tal.
Por falar em tempo, ele tem te transformado em uma doce memória e isso é quase assustador.
Quando me permito pensar em você, lembro sempre das coisas boas e faço um grande esforço para tentar nunca esquecê-las. Lembro-me também do mistério que ultimamente tens carregado nos olhos e tenho quase certeza de que faço parte desse mistério. Esta certeza me faz, de certa forma, feliz.
E ainda no pensamento que corre até você e depois volta até “mim”, foi que me ocorreu uma preocupaçãozinha à toa: Será que você tem lido?
Às vezes é difícil encontrar tempo para abrir um livro qualquer, mas é necessário.
Lembro-me da sua paixão pela literatura e do profundo conhecimento das Escolas Literárias que você costumava ter.
Não permita que você se esqueça disso. Por favor, leia um livro, um livrinho, um livreto...
Leia uma poesia sequer...
Um grande abraço cheio de poesia,
Solidão
Página 01 - Capítulo 1
Há 8 anos
Um comentário:
Pipa, eu não ia escrever nada, mas diante de sua carta, não resisti. Muito bonita e serve para tantas pessoas... Parabéns! Leandro
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